Virginia Apgar

Em 1952, numa sala de parto em um hospital de Nova Iorque, o silêncio cortou o ar como uma lâmina. Um bebê havia nascido - azul, imóvel, sem emitir um único som. O tempo parecia suspenso. O desespero começou a se infiltrar entre os médicos e enfermeiros, que trocavam olhares incertos, sem saber se valia a pena continuar tentando. A vida daquele recém-nascido parecia escapar entre os dedos. Foi então que uma voz firme, calma e decidida ecoou acima do pânico: “Vamos marcar o bebê.” Era a voz da Dra. Virginia Apgar, uma anestesista obstétrica cuja determinação estava prestes a mudar a história da medicina. Naquele momento, a Dra. Apgar não apenas rompeu o silêncio da sala, mas também desafiou as práticas da época. Na década de 1950, os recém-nascidos que nasciam com sinais vitais frágeis muitas vezes eram deixados de lado, considerados perdidos. Não havia um método objetivo para avaliar rapidamente a saúde de um bebê logo após o nascimento. A medicina, embora avançada pa...