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Mostrando postagens de abril 13, 2025

A Passividade de uma Nação

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  Enquanto a sociedade permanecer passiva, apática e seduzida pelo consumismo desenfreado ou pelo ódio cuidadosamente direcionado aos mais vulneráveis, as elites dominantes continuarão a exercer liberdade irrestrita para moldar o mundo conforme seus próprios interesses. Sem resistência ou engajamento coletivo, as consequências de suas decisões recaem sobre todos - especialmente sobre os mais pobres e marginalizados - e aqueles que sobreviverem serão deixados para lidar com um futuro marcado por desigualdades ainda mais profundas, devastação ambiental acelerada e erosão progressiva das liberdades democráticas. A indiferença, nesse contexto, não é apenas uma falha moral ou uma simples omissão: é uma forma de cumplicidade. É a entrega silenciosa do poder àqueles que o exercem sem escrúpulos, orientados pelo lucro e pelo controle, e não pelo bem comum. Trata-se de um tipo de abdicação coletiva que pavimenta o caminho para regimes autoritários, para políticas excludentes e para o ...

As diferenças

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  Nos últimos dias, um boato tem dominado as conversas nas redes sociais: os passaportes americanos de duas deputadas trans teriam sido emitidos com seus nomes de registro, associados ao sexo masculino, e não com os nomes que elas adotaram em suas identidades de gênero. Independentemente da veracidade dessa informação, o que chama atenção é a reação de parte da sociedade, que parece se dividir entre indignação, apoio ou simples confusão. Para muitos, a notícia é tratada como uma afronta ou uma contradição, enquanto outros enxergam nisso apenas mais um capítulo na complexa discussão sobre identidade, burocracia e aceitação. Na minha humilde opinião, esse caso é como uma metáfora que eu gosto de usar: lembra aquelas zebras de listras brancas que, de repente, decidem odiar as zebras de listras pretas, mesmo sendo, no fundo, todas zebras. A essência da discussão parece se perder em detalhes que, embora importantes para alguns, desviam o foco de algo maior: a convivência humana....

Quem abonou a Procuração?

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  “Cerca de cinco minutos após o seu nascimento, decisões fundamentais sobre sua identidade já estão tomadas: seu nome, nacionalidade, religião e, em muitos casos, até a seita ou grupo cultural ao qual você será associado. Sem qualquer escolha própria, você passa a carregar essas marcas e, ao longo da vida, muitas vezes se vê defendendo-as com fervor, como se fossem intrinsecamente suas. Essa reflexão, frequentemente atribuída ao filósofo Arthur Schopenhauer, convida-nos a questionar o quanto de nossa identidade é genuinamente escolhido e o quanto é imposto pelas circunstâncias do nosso nascimento. A frase aponta para uma crítica profunda à forma como as estruturas sociais moldam o indivíduo desde o início. Nascemos em um contexto que já vem carregado de valores, tradições e expectativas, e essas influências frequentemente guiam nossas crenças e comportamentos sem que as questionemos. Por exemplo, a religião que seguimos muitas vezes é herdada da família, e a nacionalidade,...

O Peso da Terra

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  O peso da Terra continua sempre o mesmo? Essa é uma pergunta interessante que nos leva a pensar sobre a massa do planeta e como ela pode variar ao longo do tempo.  A ideia apresentada é que "tudo que sai de um local vai para outro na própria Terra". De certa forma, isso reflete o princípio da conservação da massa dentro de um sistema fechado. Por exemplo, quando um ser vivo morre e "vira pó", sua massa não desaparece completamente - ela se transforma. O corpo se decompõe em elementos químicos que são reabsorvidos pelo solo, pela atmosfera ou por outros organismos. No entanto, "esse pó é menos peso do que quando estava vivo", mas, na verdade, a massa total não diminui; ela apenas muda de forma. A perda de peso aparente pode estar relacionada à liberação de gases (como vapor d’água e dióxido de carbono) durante a decomposição, mas esses gases continuam no sistema terrestre. Ao mesmo tempo, "nasce outro", ou seja, novos seres vivos surgem, i...

Uma lição de vida

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Uma senhora idosa, de elegância atemporal, com roupas impecavelmente escolhidas e cabelos cuidadosamente penteados, preparava-se para uma mudança significativa. Após a perda do marido, com quem compartilhara 70 anos de uma vida repleta de amor e cumplicidade, ela decidira se mudar para uma casa de repouso. Sozinha, mas com o coração cheio de memórias, ela enfrentava o novo capítulo com serenidade. Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas da casa de repouso, sentada com uma postura digna, ela ofereceu um sorriso radiante quando uma jovem atendente veio informá-la de que seu quarto estava pronto. Enquanto caminhavam juntas pelo corredor, a atendente descrevia o pequeno espaço que seria sua nova morada: um quartinho modesto, mas acolhedor, com cortinas de chintz estampadas com delicadas flores que emolduravam a janela. - Ah, eu adoro essas cortinas! – exclamou a senhora, com um brilho nos olhos e o entusiasmo de uma criança que acabara de receber um presente ine...

Colheita

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  Outro dia, ouvi uma frase simples, dessas que parecem batidas de tanto que se repetem, mas que, quando chegam na hora certa, soam como revelação: “Você colhe o que planta.” Não é novidade, claro. Minha avó já dizia isso enquanto jogava sementes no quintal, com as mãos firmes e a alma tranquila de quem conhecia os tempos da terra e os silêncios da vida. Mas naquela manhã, com o coração meio inquieto e a cabeça cheia, a frase veio como um sussurro necessário. Porque, no fundo, a gente passa boa parte da vida sem perceber que está plantando. Cada palavra que dizemos, cada gesto que escolhemos fazer - ou não fazer - são sementes. Às vezes jogamos coisas boas, outras vezes nem tanto. E o curioso é que o tempo, com sua paciência implacável, sempre devolve o que lançamos ao chão. Tem dias em que tudo flui. A vida parece leve, os encontros são agradáveis, a paz se instala como brisa em fim de tarde. Nessas horas, se você parar para pensar, vai perceber que talvez isso seja fruto d...

Isaac Asimov sobre o Céu e o Inferno

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"Eu não acredito em vida após a morte, por isso não tenho que gastar toda a minha vida temendo o inferno, ou mais ainda temendo o céu. Para quaisquer que sejam as torturas do inferno, acho que o tédio do céu seria ainda pior." (Isaac Asimov) Essa frase reflete uma visão cética e pragmática sobre a existência pós-morte, rejeitando tanto as promessas quanto as ameaças que frequentemente acompanham crenças religiosas. O autor, ao descartar a ideia de uma continuidade espiritual, parece encontrar liberdade na ausência de preocupações metafísicas. Não há o peso de uma punição eterna a evitar, nem a necessidade de buscar uma recompensa celestial que, ironicamente, ele considera menos atraente do que o próprio castigo. O que chama atenção é a inversão de valores implícita: o inferno, com suas torturas, é ao menos algo dinâmico, enquanto o céu, frequentemente imaginado como um estado de perfeição e paz eterna, é visto como monótono. Essa perspectiva pode sugerir uma valorização da ex...