Gato – Cangaceiro Matador de Familiares



Gato, o matador de familiares: conheça a história do cangaceiro mais sanguinário da história do cangaço.

Santilho Barros, conhecido pela alcunha de Gato, foi uma das figuras mais temidas do cangaço. Sua história é banhada por um rastro de sangue e crueldade, refletindo o cenário brutal e implacável do sertão nordestino.

Descendente do povo Pankararé, Santilho nasceu em um contexto de extrema violência. Seus pais foram sobreviventes do Massacre de Canudos, um dos eventos mais sangrentos da história do Brasil.

Ao crescer em meio às adversidades, ingressou no bando de Lampião junto com seus cunhados, Mourão e Mané Revoltoso. Desde cedo, mostrou uma lealdade inabalável ao Capitão, tornando-se um de seus principais matadores.

Os matadores no cangaço eram homens cruéis, escolhidos para realizar execuções brutais e espalhar o terror por onde passavam. Gato se destacou pela frieza com que cumpria tais ordens.

A primeira de suas atrocidades notáveis foi contra seu próprio cunhado. Durante uma festa, Mourão, embriagado, disparou tiros ao ar, causando alarde na população local.

Lampião ordenou que Gato punisse o comportamento irresponsável do parente. Sem hesitar, Gato arrastou o cunhado para um córrego e o assassinou brutalmente, deixando sua irmã viúva e grávida.

O sadismo de Gato, no entanto, não se limitava a desconhecidos ou desafetos. Ao saber que sua própria mãe havia reclamado sobre os cangaceiros que se hospedavam em sua casa, Gato interpretou o ato como um insulto a Lampião.

Furioso, dirigiu-se à casa da genitora ameaçando arrancar-lhe a língua e depois matá-la. Foi impedido por membros do bando e familiares, pois matar a própria mãe era considerado um ato de maldição.

Ainda assim, seu próprio sangue não foi poupado de sua fúria; calcula-se que tenha exterminado pelo menos seis parentes próximos. A preferência de Gato pelo facão como instrumento de morte aumentava ainda mais sua reputação cruel.

O uso da lâmina criava cenas macabras que causavam pavor entre seus inimigos. No entanto, sua brutalidade encontrou um fim na cidade de Piranhas, Alagoas.

Em uma tentativa desastrada de cerco e invasão, Gato foi alvejado por um tiro fatal nas nádegas, uma ironia do destino que encerrou a vida de um dos cangaceiros mais sanguinários da história.

A lenda de Gato permanece viva, um símbolo da violência extrema que permeava o cangaço. Seu nome se junta ao de outros criminosos temidos, servindo de exemplo do que o poder e a brutalidade podem gerar em tempos de caos e guerra. No sertão, até hoje, a história de Gato é contada como um aviso sobre os perigos da maldade desenfreada.

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