Mary Austin, o Grande amor de Freddie Mercury


Freddie Mercury, antes de se declarar gay, teve um relacionamento profundo e significativo com Mary Austin, que durou seis anos, entre o final dos anos 1960 e o início dos 1970.

Esse vínculo nasceu quando Freddie ainda era um jovem artista em ascensão, antes de se tornar o ícone mundial à frente do Queen. Mary, uma jovem de origem humilde que trabalhava na boutique Biba, em Londres, conheceu Mercury por meio de Brian May, guitarrista da banda, e logo os dois iniciaram uma relação marcada por carinho e cumplicidade.

Esse namoro, que Freddie descreveria mais tarde como um dos períodos mais importantes de sua vida, inspirou a criação de uma das músicas mais emblemáticas do Queen: "Love of My Life".

Lançada em 1975 no álbum A Night at the Opera, a canção é uma balada delicada e emocional, escrita ao piano, que reflete o amor intenso e a gratidão que Freddie sentia por Mary, mesmo após o término do relacionamento romântico.

Embora o namoro tenha acabado quando Freddie começou a explorar sua sexualidade e se assumir homossexual, a conexão entre os dois nunca se desfez.

Mary permaneceu uma figura central em sua vida, evoluindo de namorada para melhor amiga e confidente. Foi ela quem Freddie procurou em um dos momentos mais difíceis de sua trajetória: quando, em 1987, ele descobriu que havia contraído HIV, uma doença que, na época, carregava um estigma avassalador e poucas perspectivas de tratamento.

Mary foi a primeira pessoa a quem ele revelou o diagnóstico, um sinal da confiança absoluta que depositava nela. A partir daí, ela se tornou seu pilar de apoio, cuidando dele durante a progressão da AIDS, que o debilitou gravemente nos últimos anos.

Quando Freddie perdeu a visão e ficou confinado à cama, incapaz de se levantar, Mary estava lá, oferecendo suporte físico e emocional, muitas vezes dormindo em um quarto próximo para estar disponível a qualquer momento.

Esse laço inquebrantável foi reconhecido por Freddie de maneira extraordinária. Em seu testamento, ele deixou para Mary Austin grande parte de sua herança, um gesto que reflete o quanto ela significava para ele.

Entre os bens, estava a suntuosa Garden Lodge, uma mansão em Kensington, Londres, onde Freddie viveu seus últimos anos e faleceu em 24 de novembro de 1991.

A propriedade, cercada por altos muros e um jardim japonês que Freddie adorava, é hoje avaliada em cerca de R$ 150 milhões. Além disso, Mary herdou metade de sua fortuna, estimada em dezenas de milhões de libras na época, e uma parte significativa dos futuros royalties das músicas do Queen, que continuam a gerar lucros impressionantes devido ao sucesso duradouro da banda.

Freddie também tomou a precaução de garantir que Mary ficasse confortável financeiramente pelo resto da vida, um reflexo de sua gratidão por sua lealdade.

Mary Austin, que Freddie carinhosamente chamava de "o amor da minha vida" mesmo após o fim do romance, manteve-se fiel à memória dele. Após sua morte, ela continuou vivendo na Garden Lodge por muitos anos, preservando o legado do cantor.

Em entrevistas raras, Mary revelou que ainda sentia a presença de Freddie na casa e que cuidar dele em seus momentos finais foi tanto um privilégio quanto um fardo emocional.

A relação entre os dois transcendeu rótulos, mostrando que o amor, em suas muitas formas, foi o verdadeiro fio condutor entre Freddie Mercury e Mary Austin - um vínculo imortalizado não apenas em "Love of My Life", mas também na maneira como eles se apoiaram até o fim. 

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