O homem primitivo


 

O homem primitivo, ao se deparar com as características naturais, vive em constante estado de assombro e temor. Sem o conhecimento científico que temos hoje, os eventos da natureza - como tempestades, terremotos, erupções vulcânicas e eclipses - eram misteriosos e muitas vezes catastróficos.

Essas exterioridades, que poderiam causar destruição ou grandes mudanças no ambiente, poderiam ser manifestações de forças poderosas e invisíveis. Nesse contexto, o homem primitivo frequentemente interpretava tais eventos como casos de ira de algum ser divino.

O Desconhecido e o Medo

Na vida cotidiana do homem primitivo, específico como raios, trovões, inundações ou secas prolongadas não tinham explicações racionais. Diante de uma natureza imprevisível e muitas vezes hostil, era natural que esses ambientes buscassem respostas não sobrenaturais.

Os deuses e espíritos, presentes nas tradições orais e nos mitos, eram vistos como causas das forças dos deuses. Quando um comportamento natural destruía as colheitas, matava pessoas ou desestabilizava o meio ambiente, a interpretação comum era que os deuses estavam irados.

A Religião e os Castigos Divinos

Com o tempo, essa visão de mundo foi consolidada em sistemas de crenças religiosas. O homem primitivo não via a natureza como um conjunto de processos impessoais, mas como algo que reflete o humor e a vontade dos deuses.

Muitas culturas antigas ocorreram mitologias nas quais as características naturais eram personificadas por divindades. O trovão, por exemplo, era frequentemente associado a um deus da guerra ou da força (como Zeus, na Grécia, ou Thor, nas mitologias nórdicas).

Quando as tempestades os deuses lançavam raios e, acreditavam que estavam punindo a humanidade por algum pecado ou ofensa. Os desastres naturais também foram frequentemente interpretados como sinais de desaprovação divina.

Erupções vulcânicas ou terremotos eram vistas como manifestações diretas da ira divina, e a única maneira de apaziguar esses deuses coléricos era através de sacrifícios ou rituais.

Em muitas culturas, esses rituais incluíam ofertas de alimentos, animais ou até mesmo sacrifícios humanos, na tentativa de restaurar o equilíbrio e a paz com as divindades



O Papel da Moralidade

Esse temor em relação às características naturais também estava profundamente ligado às ideias de moralidade e conduta. O homem primitivo acreditava que os deuses estavam atentos às ações humanas e que os eventos naturais adversos eram punidos por suas condutas, seja a nível individual ou coletivo.

A falta de chuva, por exemplo, poderia ser vista como um castigo divino pela desobediência ou desrespeito. Esse conceito de "castigo dos deuses" também serviu como um meio de controle social.

Os líderes religiosos e políticos usaram essa crença para prescrever sua autoridade e impor normas à comunidade. Se as pessoas seguissem as regras e realizassem os rituais corretamente, os deuses seriam benevolentes; caso contrário, desastres poderiam acontecer. Dessa forma, a interpretação das catástrofes naturais como as punições divinas reforçava as estruturas para um bom comportamento.

A Necessidade de Explicação e Controle

A atribuição de características naturais aos deuses também atende a uma necessidade humana mais profunda: a de compreender e controlar o ambiente ao seu redor.

Ao transformar as especificidades da natureza em expressões de vontade divina, o homem primitivo acreditava que poderia, de alguma forma, influenciar esses eventos por meio de preces, sacrifícios e rituais.

Essa sensação de controle, embora limitada e baseada no desconhecimento, oferece uma forma de lidar com a imprevisibilidade do que poderia acontecer em tempo futuro.

Conclusão

O homem primitivo, assombrado pelas características naturais, buscou explicar no mundo sobrenatural, atribuindo esses eventos aos castigos dos deuses. Sem uma compreensão científica, era natural que a humanidade primitiva visse a natureza como um reflexo das vontades divinas, e isso moldou profundamente suas implicações, rituais e comportamentos.

Essa visão de mundo ajudou a dar sentido ao caos e à incerteza da vida, criando um vínculo estreito entre religião, moralidade e a interpretação das características.

Aproveitando todo esse desconhecimento dos primitivos os mais providos de conhecimento aproveitaram para lucrarem com essa ferramenta que denominaram religião que, junto com a política, dominam até hoje a humanidade.

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