Felipa de Souza Award, vítima da Inquisição
O
Prêmio Felipa de Souza homenageia vítimas da Inquisição - Filipa de Sousa
nasceu em Tavira em 1556 e faleceu no Brasil em 1600. Portuguesa, ela foi
acusada de práticas nefandas pelo Santo Ofício na Bahia, no século XVI.
Filipa
de Sousa, nascida em 1556 em Tavira, no antigo reino português do Algarve,
migrou para Salvador, na então capitania portuguesa da Bahia, Brasil, em uma
data não especificada, após ficar viúva.
Ela
era letrada, um fato notável para a época, e casou-se com Francisco Pires, um
pedreiro em Salvador.
Em
1591, ocorreu a primeira visita da Inquisição Portuguesa do Santo Ofício a
Salvador, a principal cidade da colônia portuguesa do Brasil, liderada pelo
padre Heitor Furtado de Mendonça.
Aos
35 anos, em 18 de dezembro, Felipa de Sousa foi denunciada e presa por
"práticas nefandas", confessando seu lesbianismo e implicando outras seis
mulheres.
Paula
Siqueira, uma cristã-nova de 40 anos, sob pressão por possuir um livro
proibido, tornou-se a principal acusadora de Felipa de Sousa, iniciando um
processo onde 29 mulheres foram acusadas de lesbianismo. Em um de seus
depoimentos, Paula Siqueira declarou:
"...
estando está confessante em sua casa nesta cidade (Salvador), foi visitada pela
referida, e ambas se envolveram em atos carnais, unindo seus corpos e tendo
prazer, consumando assim o ato natural como se fossem homem e mulher."
Entre
as 29 mulheres acusadas de lesbianismo na Capitania da Bahia, Filipa foi a mais
severamente punida. Na verdade, a Inquisição odiava mulheres em qualquer parte
que a igreja atuava.
Condenada
a açoites e ao exílio perpétuo, foi forçada a ouvir sua sentença na Igreja da
Sé, em pé, com uma vela acesa nas mãos, vestindo uma túnica de linho cru que
identificava publicamente os hereges, enquanto seus crimes e pecados eram
proclamados em voz alta em 1592.
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