Sujeira Suprema
Só queria entender o
motivo pelo qual todo ministro do STF, sabatinado pelos senadores, é aprovado
para, em seguida, agir de forma tão controversa após assumir o cargo.
É impressionante que
todos eles, mesmo com a sociedade ciente dos absurdos que podem vir a cometer,
sejam consistentemente chancelados para o Supremo.
Um exemplo gritante é
Alexandre de Moraes, cuja sabatina não deixou dúvidas sobre sua postura
autoritária e que hoje, para muitos, parece mandar no Brasil, concentrando um
poder que extrapola os limites do Judiciário.
Outro caso é Flávio Dino,
de quem todos já sabíamos o que viria a ser como ministro do STF: um
alinhamento previsível com certas agendas políticas, sem surpresas para quem
acompanhou sua trajetória.
E o que dizer de Zanin,
ex-advogado de Lula? Sua aprovação também não deixava margem para ilusões - era
evidente que seria mais uma decepção para quem esperava imparcialidade.
No entanto, quando se
trata de impeachment, a situação muda drasticamente: torna-se praticamente
impossível que algum deles seja afastado pelos mesmos senadores que os
conduziram ao poder.
O motivo parece evidente:
boa parte dos senadores está envolvida em processos judiciais, cujas denúncias
repousam nas gavetas dos ministros do STF, funcionando como uma garantia tácita
de impunidade.
Esse ciclo vicioso
perpetua uma relação de proteção mútua entre os poderes, onde a justiça é
seletivamente aplicada e a responsabilidade se dissolve. Assim, o Brasil segue
refém de um sistema marcado pela corrupção e pela injustiça, em que a troca de
favores prevalece sobre o interesse público.
Enquanto essa dinâmica persistir, a confiança nas instituições só tende a se deteriorar, alimentando a sensação de que o país está preso a uma engrenagem que beneficia os poderosos e ignora os cidadãos.
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