A Realidade
A vida, com todas as suas
glórias e tormentos, é um sonho fugaz, tecido com momentos de êxtase e sombras
de dor. É um mosaico de instantes - o calor de um abraço que aquece a alma, o
brilho de um pôr do sol que rouba o fôlego, as risadas que ecoam em noites sem
fim, mas também as lágrimas que caem em silêncio, os sonhos desfeitos e as
promessas que o tempo não cumpriu.
Vivemos como se
estivéssemos dançando em um palco efêmero, onde cada passo é uma mistura de
esperança e incerteza, onde cada suspiro carrega a leveza de um desejo e o peso
de uma dúvida.
A morte, com toda a sua
crueza, é a realidade que nos ancora. Ela não pede permissão, não negocia, não
se curva às nossas súplicas. Chega como um vento frio que apaga as velas de uma
só vez, deixando apenas o eco do que foi.
É o fim de uma história,
mas também o lembrete implacável de que cada momento vivido é precioso. A morte
não é apenas o cessar do coração, mas a sombra que paira sobre as despedidas
não ditas, os amores não confessados, os caminhos não trilhados.
Ela nos confronta com a
finitude, mas também com a urgência de viver com autenticidade. E, no entanto,
entre o sonho da vida e a realidade da morte, há os acontecimentos que nos
moldam.
São as escolhas que
fazemos - algumas corajosas, outras hesitantes - e as que evitamos. São as
pessoas que cruzam nosso caminho, deixando marcas que nem o tempo apaga: o
amigo que nos ensinou a rir da própria dor, o amor que nos fez acreditar no
impossível, a perda que nos obrigou a encontrar força onde não havia.
São os instantes de
superação, como quando levantamos após uma queda que parecia definitiva, ou os
momentos de fragilidade, quando nos permitimos chorar sem vergonha.
A vida, em sua essência
onírica, nos convida a sonhar, a criar, a amar. A morte, em sua verdade
inevitável, nos ensina a valorizar. Juntas, elas formam a dança da existência,
onde cada passo é uma lição, cada tropeço uma chance de crescer.
E, talvez, o maior desafio seja abraçar ambos - o sonho e a realidade - com coragem, sabendo que é na tensão entre eles que encontramos sentido. Pois, no fim, o que torna a vida um sonho é a certeza de que ela é finita, e o que torna a morte suportável é a memória dos sonhos que ousamos viver.
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