As Testemunhas de Jeová


 

As Testemunhas de Jeová são uma denominação cristã distinta por sua interpretação literal da Bíblia e práticas únicas que as separam de outras correntes cristãs.

Surgida nos Estados Unidos no final do século XIX, essa religião se destaca pela evangelização ativa, que inclui visitas domiciliares, e por uma estrutura organizacional centralizada, responsável por coordenar o ensino e as atividades de seus membros globalmente.

Doutrinas Centrais: As Testemunhas de Jeová creem em um único Deus, Jeová, e reconhecem Jesus Cristo como o Filho de Deus, mas não como parte de uma Trindade, rejeitando essa doutrina adotada por muitas denominações cristãs.

Possuem uma visão apocalíptica, crendo que o Armagedom é iminente e que somente aqueles que seguirem as diretrizes da religião serão salvos e viverão eternamente em um paraíso terreno.

São notórios por práticas como a recusa a transfusões de sangue, fundamentada em uma leitura rigorosa de textos bíblicos que proíbem o consumo de sangue.

A neutralidade política também é uma característica proeminente, abstendo-se de participar em conflitos armados, eleições e outras atividades governamentais, na crença de que o Reino de Deus é a única resposta verdadeira para os problemas da humanidade.

Desumanização Religiosa: A desumanização nas Testemunhas de Jeová pode ser observada em diversas facetas, particularmente quanto ao exclusivismo religioso e ao tratamento de membros que discordam ou se afastam.

Exclusivismo Religioso: Elas se consideram o único grupo cristão que segue fielmente a vontade divina. Tal convicção pode levar a uma percepção desumanizadora dos não-membros, vistos como espiritualmente "perdidos" ou "mundanos", e a um distanciamento emocional e social dos membros para com familiares e amigos não adeptos da fé.

Hoje em dia, uma das formas mais comuns de desumanização ocorre quando alguém opta por deixar sua religião, especialmente se for um grupo altamente controlador e considerado uma 'seita destrutiva'.

As Testemunhas de Jeová são frequentemente citadas como um grupo que desumaniza os que se afastam. Publicações da Torre de Vigia promovem uma intensa campanha de desumanização, convencendo os membros de que aqueles que abandonam a fé estão condenados à destruição eterna por Deus.

Além dessa premonição de destruição iminente, a organização adota uma estratégia de propaganda semelhante a nazista, na qual os "inimigos" são difamados e insultados com o objetivo de desumanizar os ex-membros.

Já que a morte física não é uma opção, a Torre de Vigia induz seus membros a praticar um 'assassinato social' contra quem deixa a religião, seja voluntária ou involuntariamente.

Isso resulta na separação de amigos e famílias, simplesmente porque alguém decidiu não ser mais uma Testemunha de Jeová, um processo completamente desumanizador, pois trata a pessoa como se estivesse morta, mesmo estando viva.

Considere este exemplo recente de um artigo na revista Sentinela que foi estudado em outubro do ano (2017). Com o tema "A VERDADE TRAZ 'NÃO A PAZ, MAS A ESPADA’", o artigo discute as adversidades enfrentadas por muitas Testemunhas de Jeová em diferentes aspectos de suas vidas.

Desde a oposição dentro da família até um casamento dividido por diferenças religiosas, as Testemunhas de Jeová são encorajadas a permanecerem resolutas em sua fé e no compromisso de servir a Deus.

Citando as palavras de Jesus, "Não pensem que vim trazer paz", o artigo lembra as Testemunhas de que ser cristão significa enfrentar perseguição e oposição.

O autor do artigo utiliza o tema para enfatizar, mais uma vez, a postura que as Testemunhas devem adotar diante de qualquer familiar que "abandone" a Jeová (referindo-se à Organização Torre de Vigia).

No subtítulo "Quando um parente abandona a Jeová", o artigo afirma:

Respeite a disciplina de Jeová. No início, a dissociação causa muita tristeza. Mas, em longo prazo, pode resultar no melhor para todos, inclusive para a pessoa que errou. ((leia Hebreus 12:11). Por exemplo, Jeová diz que devemos 'parar de ter convivência' com pecadores que não se arrependeram. (1 Cor. 5:11-13). Então, mesmo sendo difícil, não devemos manter contato desnecessário com um parente desassociado, seja por telefone, cartas, mensagem de texto, e-mails ou redes sociais.

Utilizando textos fora de contexto, pessoas que optaram por deixar a religião são rotuladas como "pecadoras", mesmo que mantenham um comportamento moralmente íntegro, honesto e sem máculas.

Ainda que indivíduos sejam excluídos por uma variedade de faltas que levam à desassociação nas Testemunhas de Jeová, como celebrar aniversários, jogar, fumar, etc., o ostracismo imposto busca desumanizá-los, atribuindo-lhes um estigma que os marginaliza perante seus semelhantes.

Estudos de psicologia indicam que o ostracismo social é uma das formas mais severas de infligir dano emocional às vítimas (e sim, são vítimas). Há relatos de pessoas que caíram em depressão profunda e até cometeram suicídio devido a essas condições desumanas.

Eu fui vítima dessa religião. Um casamento de 16 anos terminou e eu fui praticamente ignorado pela minha esposa e quatro filhas; a única palavra que elas me dirigiam era um "oi", nada mais.

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