O Crente e a Crença
O cristão comum é uma figura deplorável, um ser que
não sabe contar até três, e que, justamente por sua incapacidade mental, não
mereceria ser punido tão duramente quanto promete o cristianismo.
(Friedrich Nietzsche)
Na frase acima, Nietzsche
faz uma alusão ao tão propagado inferno, que os religiosos e aproveitadores da
fé usam para atemorizar aos seus seguidores fiéis que seguramente estarão todas
entre as chamas desse eterno sofrer prometido pelas igrejas, aos que não
seguirem as determinações impostas por seu deus.
É impossível agradar a deus
e consequentemente chegar a esse tão sonhado paraíso. A prescrição bíblica
nunca será realizada por nenhum ser que nascer e viver nesse mundo.
Cada seita ou religião, com
seus deuses obstinados em oferecer terror, gincanas e sacrifícios, não dará
margem a qualquer cristão chegar às portas do céu esperado por muitos que
sacrificam suas vidas, a liberdade e o bom senso.
Sacrificam suas vidas
quando, de cérebro lavado, entregam seus recursos aos padres e pastores na esperança
de uma “salvação” intermediada por esses charlatões.
Perdem a liberdade, quando
são condenados a não desfrutar das coisas que seus líderes desfrutam. Além de
viverem assombrados com os castigos de deus. Apesar de pregarem a existência de
outro ser imaginário chamado de satanás, que é detentor do mau, o que eles
temem mesmo é seu próprio deus.
A perda do bom senso chega
a ser uma coisa ridícula. É a que mais entra em acordo com a frase de
Nietzsche.
Como pode imaginar um ser
racional, de sã consciência, que quando morrer irá para um lugar onde as ruas
são de ouro e as colunas de suas casas de diamante?
As perguntas que me restam
fazer são:
Por que acham que os
seguidores de Alá são loucos quando cometem seus atos de destruição de pessoas
e deles próprios, achando que vão ter algumas virgens lhes esperando no
paraíso?
Por que acreditam que quase
toda a população do mundo, exceto os que comungam a mesma fé, vai passar a
eternidade nas chamas do inferno?
Mesmo assim, ainda acham
que a sua religião é a mais amorosa e complacente.
Por que a ciência moderna,
biologia, geologia, história e física não te conseguem convencer do contrário,
um idiota qualquer rolando no chão e falando em línguas é tudo o que precisa
para acreditar em deus?
Sente-se “menos humano”
quando os cientistas dizem que evoluímos de formas de vidas primitivas, mas não
vê problema nenhum com a alegação bíblica de que fomos criados do barro.
Afirmam que só existe um
deus e que o deles é o verdadeiro. Os outros fazem a mesma afirmação. Existem
milhares de deuses e religiões.
Por que zombam das crenças
hindus em relação à deificação das pessoas e das crenças gregas que falam de
deuses fazendo sexo com mulheres, e não veem nenhum absurdo em acreditar que o
Espírito Santo engravidou a Virgem Maria, que depois deu à luz a um deus homem
que foi morto e ressuscitou?
Por que reprovam as
atrocidades atribuídas a Alá, e não sentem nada quando leem sobre como deus
exterminou todos os bebês em “Êxodo” e determinou o extermínio de grupos
étnicos em “Josué”, inclusive mulheres e crianças e até as árvores?
Não será insignificante uma
taxa 0,01% de sucesso para as preces que são “atendidas” e tornam-se milagres –
que prefiro chamar de coincidência – enquanto 99,9% falham e preferem dizer que
foi a vontade de deus?
O crente só conhece algumas
partes da bíblia. Aquelas que os pastores e padres determinam que leiam. São as
mais chorosas, profundas, as que realmente tenham poder sobre seus cérebros.
Um crente conhece menos a
bíblia e a história do cristianismo do que um ateu.
Francisco Silva Sousa
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