As Feridas do Homem
Fala-se
muito sobre as feridas das mulheres, mas pouco se aborda as do masculino. No
entanto, ele também está ferido. Há uma escassez de exemplos que permitam aos
homens encarnar o que poderíamos chamar de "masculino sagrado".
Em vez
disso, o que se encontra são rótulos limitantes: machos, mulherengos,
materialistas ou emocionalmente inválidos. Esses modelos impostos pela
sociedade não conseguem mais abarcar a complexidade dos homens, que estão em
transformação e já não se reconhecem nessas caricaturas.
Os
homens também são sensíveis. Eles buscam amor, ternura e um espaço de contenção,
especialmente em um momento em que sentem a perda de seus pontos de referência
tradicionais.
Já não
basta desempenhar o papel do forte, do insensível, do bruto, ou competir em uma
corrida interminável por poder e status. Assim como as mulheres, os homens
anseiam por encontrar sentido em suas vidas, por serem vistos e reconhecidos
por quem realmente são.
Querem
se abrir para aquilo que verdadeiramente importa, expressando seus sentimentos
e emoções sem medo ou vergonha. Tanto homens quanto mulheres precisam ser
acolhidos em sua essência.
É
chegada a hora de abandonar o machado de guerra, de deixar para trás a ideia de
que estão em lados opostos. Não se trata mais de um contra o outro, mas de
caminhar juntos, um com o outro.
Temos
tanto a oferecer mutuamente! Ao explorar nossas diferenças, podemos descobrir
nossas aspirações mais profundas, nossas forças complementares e até mesmo
nossas fraquezas, que nos tornam humanos.
A cura
do masculino está intrinsecamente ligada à cura do feminino. Um não pode se
completar sem o outro; um não pode florescer plenamente sem o apoio e a
presença do outro.
O
masculino, assim como o feminino, é chamado a se transformar em nosso mundo.
Essa transformação exige coragem de ambas as partes. Se você é mulher, ofereça
espaço para que os homens possam se revelar em sua autenticidade, sem
julgamento.
Se você
é homem, traga sua verdade ao mundo, permita-se ser vulnerável, pois é na
vulnerabilidade que reside a força genuína. Esse é o caminho para a
reconciliação - não apenas entre gêneros, mas dentro de cada um de nós.
Quando
homens e mulheres se encontram em um espaço de respeito e compreensão mútua,
abrem-se portas para uma nova forma de convivência, onde as feridas de ambos
podem, finalmente, começar a cicatrizar.
Juntos, podemos construir uma narrativa mais rica e humana, que honre tanto o masculino quanto o feminino em suas expressões mais verdadeiras e sagradas.
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