Cumplicidade


 

George Orwell, conhecido por suas obras que exploram os perigos do totalitarismo e da manipulação social, como 1984 e A Revolução dos Bichos, deixou um legado de reflexões profundas sobre poder, moralidade e responsabilidade individual.

A frase atribuída a ele - “Um povo que escolhe corruptos, inúteis, cínicos e traidores, não é vítima, é cúmplice” - encapsula uma crítica contundente à passividade ou à conivência das massas diante da deterioração ética de seus líderes.

Essa ideia ressoa com a visão de Orwell sobre como as sociedades podem se autodestruir ao negligenciar a vigilância sobre aqueles que detêm o poder. Ele sugere que a escolha consciente ou a indiferença em relação a governantes corruptos não pode ser justificada como mera vitimização; ao contrário, reflete uma cumplicidade ativa ou tácita.

Em 1984, por exemplo, o controle totalitário só é possível porque as pessoas, em algum nível, aceitam ou deixam de resistir às mentiras e à opressão.

Acrescentando a essa reflexão, podemos pensar no contexto atual, onde a informação está mais acessível do que nunca, mas a desinformação e a apatia também prosperam.

Hoje, em 17 de março de 2025, vivemos em um mundo inundado por redes sociais, narrativas polarizadas e líderes que frequentemente testam os limites da ética.

A frase de Orwell nos provoca a questionar: será que a cumplicidade moderna reside na nossa incapacidade de filtrar o ruído e exigir integridade? Ou será que, ao delegarmos nossa atenção a algoritmos e promessas vazias, estamos, mais do que nunca, escolhendo ser cúmplices do que nos oprime?

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